6° DIA
O INFERNO
Quando perguntaram a São Jerônimo porque se retirou para uma gruta de Belém e viver como um eremita penitente, ele respondeu: "Me condenei a esta prisão porque temo o inferno!" Um gigante de doutrina e santidade como ele temia o inferno. Nós, sem doutrina e santidade, nem nos preocupamos, nem queremos pensar no Inferno! E assim demonstramos o que somos: pobres inconscientes! São Paulo, raptado ao 3º Céu, carregado de méritos, temia de poder danar-se (cf I Cor 9,27). Nós, com uma superficiliadade que amedronta, cremos evitar o inferno sem méritos nem temores. Aliás, chegamos até a recomendar de não se falar nunca do Inferno, porque "impressiona", não nos importando o fato que Jesus, no Evangelho, falou do Inferno não só uma vez, mas 18 vezes! Como sempre, covardes que somos, gostamos muito de discursos alegres e doces, de Cristianismo fácil, efeitos de falsos aleluias e hosanas.
Fora daqui, malditos!

No fogo eterno
No Inferno existe também a pena do sentido, ou seja, o fogo eterno (Mt 18,7) "que põe aos danados como vítimas dos tormentos... de um fogo ardente" (Lc 16, 23/24). A Geena é a figura mais expressiva que Jesus usou para figurar o inferno. A Geena é um profundo vale sobre um dos lados de Jerusalém. Nessa se jogavam toda as sujeiras da cidade e eram queimadas em um fogo perene. O Inferno é um depósito de lixo do Céu e da Terra: nesse se recolhem todos os anjos rebeldes e todos os homens imundos, perversos e corrompidos, mortos em pecado mortal. Todos queimarão com "fogo inextinguível" (Mc 9,44), odiosos a Deus pela eternidade. Na verdade, é "coisa tremenda cair nas mãos de Deus". (Hb 10,31). Mas não se poderá talvez dizer que seja proporcional a pena eterna para as culpas do homem? Não, porque como a recompensa está ao mérito, assim a pena está à culpa (Santo Tomás de Aquino). Às boas ações corresponde o Paraíso eterno; às más ações (pecados mortais) correspondem o Inferno eterno. O rico homem que durante a vida tinha pensado somente nos "suntuosos banquetes", nos quais pensava só em se divertir, e o pobre Lázaro, que tinha suportado em paz as próprias desventuras, deixando que até os cachorros lhe "lambêssem as feridas", nos fazem compreender muito bem a diversa sorte eterna que tocará aos homens maus e bons (Lc 16,19-31).
Muitos se perdem

Como morre um danado?
São Clemente Hofbauer, apóstolo de Viena, foi visitar um moribundo não crente e foi recebido com insultos: "Vai para o diabo, frade! Vais embora!". "Antes quero ver como morre um danado!" disse o frade. Com estas palavras o moribundo pôs-se a pensar e ficou mudo. São Clemente invoca Maria com ardor. Logo depois o moribundo chora e exclama: "Padre, perdoai-me. Aproximai-vos!". Confessa-se em lágrimas e morre invocando Maria, refúgio dos pecadores. "A misericórdia de Maria salva um grande número de infelizes que, segundo as leis da divina Justiça, iriam ser danados". Cofiemos n'Ela, então, com toda a confiança.
Votos
- Repetir amiúde: "Minha mãe, confiança minha";
- Oferecer o dia pelos pecadores moribundos;
- Ler e meditar a parábola do rico Epulão e do pobre Lázaro (Lc 16, 19-31).
Leia a meditação anterior clicando aqui
Assista também as seguintes pregações sobre o inferno:
A existência do inferno e os meios para obter a Misericórdia de Deus
O pecado conduz ao inferno:
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